20 out 20

Pessoas no centro da transformação digital de PMEs

Priorizar a agenda de pessoas na organização é o primeiro passo para a digitalização de sua empresa

Quem já não ouviu a máxima de que a tecnologia por si só é uma commoditie, que são as pessoas que tornam produtos digitais em um bem valorizado no mercado. Por isso, especialistas destacam que a ransformação digital de PMEs só acontecerá quando elas priorizarem a agenda das pessoas e construírem uma mentalidade digital.

“Fazer a gestão de pessoas é indiscutivelmente um dos fatores mais desafiadores das organizações”, sempre ressalta o consultor e professor do ProCED-Fia, Wagner Brunini.
Durante anos à frente da área de RH da BASF na América Latina, Brunini sabe o quão desafiador é lidar com gerações distintas no mesmo ambiente de trabalho, novas tecnologias e conflito de competência.

O consultor gosta de lembrar em suas aulas e palestras que, quando ingressou na BASF, nos idos dos anos 80, era status ter um ramal telefônico. De lá para cá, muita coisa mudou e aparelhos de comunicação, como telefone, fax, computador e outros dispositivos como calculadora, estão na palma de nossas mãos, no celular.

Lidar com esse movimento do offline para o digital é o grande mar a ser navegado pelas organizações, sejam elas grandes, médias ou pequenas. Esse movimento foi muito bem observado no início da pandemia, quando empresas e pessoas tiveram de se acostumar com o ambiente virtual do dia par a noite. A maioria daqueles que não conseguiram atender a essas necessidades tiveram seus negócios fechados, ou perderam seus empregos.

O talento no centro da estratégia

O papel crítico do talento na estratégia de transformação digital de uma organização pode ser ilustrado da seguinte maneira. Para atender à demanda dos clientes por maior personalização e conveniência, as PMEs precisam fornecer operações habilitadas digitalmente, marketing direcionado e boa experiência de clientes.

Isso está dando origem à criação de funções digitais, como engenheiros de automação, cientistas de dados e profissionais de marketing digital. Ao mesmo tempo, os funcionários atuais passarão por uma interrupção em suas funções existentes, onde tarefas repetitivas e baseadas em processos burocráticos agora podem ser realizadas por soluções digitais que aproveitam a automação de processos robóticos e tecnologias de automação inteligente.

Isso significa que os funcionários precisarão – e terão oportunidades de – evoluir para se concentrar em tarefas de maior valor estratégico. Em outras palavras, juntos, os colaboradores e empresas, terão de achar um caminho para evoluir.

Mudando as necessidades de talentos

Enquanto todas as empresas estão descobrindo que a transição de sua força de trabalho para se adaptar a funções novas e aprimoradas não é uma tarefa fácil, muitas PMEs acabam ficando para trás nessa briga quando comparadas às grandes corporações — compreensivelmente, devido às restrições de recursos e capacidade. Especificamente, essas empresas não têm tanto acesso a talentos digitais, isso porque eles valem ouro no mercado de trabalho, e enfrentam desafios para aprimorar ou requalificar a equipe existente.

O desafio da gestão de talentos enfrentados pelas PMEs é multifacetado. Por um lado, as pequenas e medias empresas se esforçam para identificar as habilidades e funções necessárias para cumprir sua agenda digital, muitas vezes preenchendo as funções digitais com funcionários de dupla formação que podem não ter o conhecimento.

Ao mesmo tempo, muitas dessas organizações lutam para priorizar e estabelecer programas de desenvolvimento eficazes para melhorar as habilidades digitais de seus funcionários em meio a outras prioridades comerciais. Essas organizações também ficam em desvantagem quando os candidatos com as habilidades digitais certas normalmente as percebem como menos atraentes do que as multinacionais.

Priorize a agenda das pessoas

Apesar dos desafios, continua a ser necessário que as PMEs sejam mais proativas na redução da lacuna entre sua força de trabalho atual e uma força de trabalho que pode maximizar os ganhos de produtividade e as percepções dos investimentos digitais.

Como ponto de partida, em vez de seguir cegamente as tendências de contratação, as pequenas e médias empresas precisarão desenvolver uma visão clara das funções e habilidades críticas do trabalho como parte de sua estrutura de competências, projetada especificamente para apoiar sua estratégia digital.

Para redesenhar tarefas e processos com eficácia, as mudanças e decisões devem ser apoiadas por insights derivados da análise de dados de pessoas. As PMEs também devem considerar como incorporar soluções de tecnologia para fazer parte de trabalhos e processos reprojetados para melhorar a eficiência, a satisfação dos funcionários e a experiência do cliente, ao mesmo tempo que aliviam a pressão sobre a escassez de talentos criando mais capacidade na força de trabalho para assumir funções novas ou aprimoradas.

Adote uma mentalidade digital

Além de olhar para soluções de tecnologia, as PMEs precisarão construir uma cultura digital e uma mentalidade para impulsionar a inovação e desenvolver agilidade. Isso requer que as organizações revisem e transformem suas políticas, processos e plataformas para melhor apoiar o pensamento digital.

Aqui vale a pena destacar que essa jornada não é uma via de mão única, organizações e colaboradores devem juntos achar um denominador comum ao sucesso. Se no topo da organização, não há respaldo para novas práticas digitais, dificilmente haverá uma transformação digital na organização.

Todavia, se os principais executivos das PMEs aceitam esse desafio, é bom lembrar que, à medida que sua organização e força de trabalho passam por transformação, é preciso também envolver os funcionários nesse processo para minimizar a resistência e impulsionar as mudanças comportamentais necessárias para integrar a digitalização aos negócios.

Gerenciamento de mudança eficaz e reforço por meio do reconhecimento do funcionário e recompensas vinculadas ao desempenho podem contribuir muito para nutrir uma cultura de trabalho digital.

Nutrir uma cultura digital e ágil pode ser a chave para navegar em outra megatendência que está perturbando a força de trabalho: o ingresso da geração Z ao mercado de trabalho, ao lado de outras quatro gerações anteriores. Os empregadores precisarão explorar soluções inovadoras e maneiras de gerenciar as complexidades de projetar e implementar pacotes de remuneração, políticas de RH, planos de gestão de talentos e arranjos de trabalho para essa força de trabalho diversificada.

Em última análise, as PMEs devem buscar alavancar tecnologias transformadoras como um facilitador, em vez de uma substituição total de sua força de trabalho humana. Como as forças disruptivas continuam a desafiar as PMEs na era digital, fica cada vez mais aparente que a digitalização não é apenas um projeto único, mas uma jornada contínua que terá impacto sobre toda a força de trabalho.

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