12 jan 23

Inovação e empreendedorismo estimulados pela disrupção

A inovação tecnológica define o destino da humanidade. Dos instrumentos iniciais para a sobrevivência humana às ferramentas atuais como smartphones, a tecnologia mudou o que fazemos e como fazemos.
A história moderna nos mostra que a cada invenção disruptiva, uma nova linha de crescimento e normas sociais emergem. A máquina a vapor marcou a Primeira Revolução Industrial, a eletricidade foi a inovação que fincou a mudança da Primeira para a Segunda Revolução Industrial e o computador foi a tecnologia que impulsionou a Terceira Revolução Industrial. Já na atua Revolução, também conhecida como Indústria 4.0, o fator marcante é a fusão de tecnologias e a interação entre os domínios físico, digitais e biológico.
Como observado as disrupções levam a mudanças dramáticas não apenas na forma como fabricamos e processamos mercadorias, como também nas formas que negociamos e acessamos os mercados, – elas também mudaram fundamentalmente a natureza do trabalho, a geografia das nossas cidades, a comunicação, a estrutura das nossas economias e a essência das nossas sociedades.
Por exemplo, esta nova fase, da era 4.0, é sobrecarregada pela convergência de rápida conectividade e digitalização, que, ao ligar bilhões de indivíduos, empresas e máquinas em novos maneiras, está criando um tsunami de dados sem precedentes. E o que isso significa? Oportunidade de empreendedorismo. Como? Continue lendo este artigo e compreenderá as chances de abrir novos mercados, alguns ainda inóspitos.

Crescimento do mercado de startups

No imaginário coletivo, as palavras alta tecnologia e startup sempre remeteram a ecossistemas de inovação nos EUA, especialmente ao Vale do Silício, na Califórnia. Mas o número de startups com soluções digitais não para de crescer globalmente.

As redes sociais e o mundo conectado de hoje permitem que qualquer pessoa possa iniciar o seu negócio em poucos passos. E uma das vantagens é poder criar a conexão com os clientes em ambientes virtuais, um modo disruptivo de comunicação se pensarmos nos modelos do início deste século.

De acordo com a Associação Brasileira de Startups, de 2015 até 2019, o número saltou de uma média de 4.100 para 12.700 startups criadas, representando um aumento de 207%. Hoje, o país tem 14.065 startups distribuídas em 78 comunidades e 710 cidades brasileiras.
Em relação ao mercado de atuação, 9% das startups brasileiras são voltadas para a educação, 7% direcionada para outros serviços, 6% para finanças e 5% para saúde e bem-estar, além disso 41% das empresas são SaaS (Software como Serviço).
A pandemia de Covid-19, que assolou as economias globais, de uma certa forma, também acelerou o crescimento de novas ideias para lidar com novas situações e, por consequência, aumentou o número de startups.
Como os números indicam as restrições da pandemia não frearam o mercado de startups no Brasil, muito pelo contrário. Em 2020, no primeiro ano da pandemia, as startups brasileiras capturaram mais de 3 bilhões de dólares em investimentos de venture capital conforme levantamento da consultoria KPMG. Nos EUA, esse valor chegou a 239 bilhões de dólares.
Trata-se de um ótimo momento para ser um empreendedor. Qualquer pessoa com ideias e capital humano para mudar o status quo dos negócios pode hiper escalar seu empreendimento – assim como Netflix ou Amazon.
O que essas duas grandes empresas descobriram é a filosofia, a estrutura e as práticas de desenvolvimento de que você precisa para gerenciar uma oferta estável ao cliente e gerar crescimento de um portfólio de inovação em escala.

Onde investir esforços para empreender?

No momento atual, há muitas incertezas, apesar de boas ideias, para saber onde investir. Digamos que levará algum tempo até entendermos como a pandemia de covid-19 e as novas disrupções afetaram os mercados e os negócios. Mas a história de tais choques nos diz duas coisas:
1. Mesmo em severas crises econômicas e recessões, algumas empresas conseguem obter vantagens.
2. As crises produzem não apenas uma infinidade de mudanças temporárias, mas também algumas duradouras. Por exemplo, os ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA causaram apenas um declínio temporário nas viagens aéreas, mas trouxeram uma mudança duradoura nas atitudes da sociedade sobre a troca entre privacidade e segurança, resultando em níveis permanentemente mais altos de triagem e vigilância.
Observando essas duas verdades, a pandemia descortinou um novo mercado cheio de oportunidades ainda pouco exploradas. Abaixo, listamos alguns pontos a serem considerados se você pensa em empreender.

Novos hábitos de consumo

Olhando sobre o espectro da atual crise sanitária: a pandemia interrompeu severamente o consumo global, forçando (e permitindo) que as pessoas desaprendessem velhos hábitos e adotassem novos. Portanto, novos entrantes no mercado devem desenvolver uma compreensão sistemática da mudança de hábitos.
Para muitas empresas, isso exigirá um novo processo para detectar e avaliar as mudanças antes que elas se tornem óbvias para todos. O primeiro passo é mapear as possíveis ramificações das tendências comportamentais para identificar produtos específicos ou oportunidades de negócios que provavelmente crescerão ou se contrairão como resultado.
Considere como a pandemia fez com que as pessoas ficassem mais em casa. As implicações incluem um aumento na reforma de escritórios domésticos, gerando maior demanda por produtos que vão de tintas a impressoras. A menos que nos sensibilizemos para novos hábitos e seus efeitos indiretos em cascata, não conseguiremos identificar sinais fracos e perderemos oportunidades de moldar os mercados.

Cadeias de suprimentos se fundirão em ecossistemas resilientes

As cadeias de suprimentos globais são voltadas para manter a qualidade relativamente constante e, ao mesmo tempo, reduzir custos em cada etapa. Isso resultou em um risco de concentração significativo em termos de geografias e fornecedores para a maioria das empresas.
Por exemplo, a redução da escala da China devido ao covid-19 e a criação de impactos indiretos no fornecimento que estamos vendo hoje expôs a falta de resiliência nessa abordagem. Há uma forte necessidade de um fornecimento mais distribuído, coordenado e rastreável de componentes em várias geografias e fornecedores, mantendo as economias de escala.
Isso exigiria a construção de plataformas globais que usem tecnologias sofisticadas, como 5G, robótica, IoT e blockchain para ajudar a vincular vários compradores a vários fornecedores de maneira confiável em uma “malha” de cadeias de suprimentos.
De uma certa forma, isso também terá um impacto indireto na adoção de carros autônomos e drones de entrega, pois a demanda por logística de comércio eletrônico superará em muito o número de motoristas necessários para atendê-los. De acordo com uma estimativa da American Trucking Associations, os Estados Unidos estão enfrentando uma escassez de mais de 80.000 caminhoneiros, por exemplo.

Burocracias digitais se tornarão mainstream

O surto de covid-19 fez com as burocracias governamentais fossem flexibilizadas para a rápida solução de problemas. A corrida na busca por vacinas é um exemplo disso. O que geralmente demoraria de 8 a 9 anos para aprovação e aplicação no mercado foi feito em menos de um ano. A China também quebrou recordes ao construir um hospital de 645.000 pés quadrados em apenas 10 dias em Wuhan. A Coreia do Sul realizou testes rápidos em mais de 200.000 de seus cidadãos e usou smartphones para marcar o movimento dos infectados – alertando os não infectados desses movimentos por meio de atualizações em tempo real.
Todos esses esforços, bem como a transparência do impacto biológico, poderiam ter sido aprimorados se houvesse mais cidades inteligentes no mundo. De acordo com o último estudo da Universidade de Glasgow, apenas 27 das 5.500 cidades de grande porte são consideradas líderes nessa área. É possível imaginar que, à medida que os governos aprendem com a experiência da pandemia de covid-19, eles mudarão o investimento em favor das cidades inteligentes.
Gostou do artigo? Ele te ajudou a compreender o cenário de empreendedorismo pós-pandemia e a partir da disrupção? Que tal, então, agora saber um pouco mais sobre a Quarta Revolução Industrial.


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