21 jan 21

Qualificar para gerir: desafios do gestor condominial do século XXI

A importância da qualificação para uma administração de excelência

O setor de condomínios está em franca expansão no país desde a década de 60, quando do boom imobiliário e do processo de industrialização das cidades. Atualmente, o setor movimenta cerca de R$ 13,2 bilhões anuais apenas na cidade de São Paulo – valor superior aos orçamentos destinados por ano a capitais como Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS). Neste contexto quais são os desafios para o gestor condominial?

Com a inegável expansão, aumenta também a demanda por profissionais qualificados, que possam gerir os mais diversos condomínios de maneira eficiente. Em webinar promovido pelo ProCED-FIA, Gestão de Condomínios – A Importância da Qualificação do Gestor Condominial, a advogada https://www.youtube.com/watch?v=Az-DE6yX5Vk&t=165s, professora e síndica profissional Alethea Meira explica o perfil ideal que o setor busca. “Todo condomínio precisa de um gestor. Contudo, não de um gestor qualquer e sim, de um administrador que, além de comprometido com suas funções, tenha também a consciência da importância de buscar qualificação para atender um mercado em expansão no país”.

Qualificação: como e por quê?

Apesar de ainda não regulamentada, a ocupação de gestor condominial ou síndico profissional demanda responsabilidade, conhecimentos teóricos e práticos diversos, além de muita dedicação. Gestores qualificados investem em sua formação, enfrentando os desafios contemporâneos e combinando conhecimentos teóricos e práticos, com excelência no relacionamento interpessoal.

Entre suas principais atribuições, a professora do ProCED-FIA elenca a administração geral do condomínio;  gerenciamento financeiro (com previsão orçamentária e prestação de contas anualmente); acompanhamento de cronograma de obras e manutenção predial; mediação de demandas e conflitos entre moradores; organização e preservação de áreas comuns (salão de festas, piscina etc.) e principalmente garantir o cumprimento da Convenção Condominial e Regimento Interno e demais legislações vigentes a serem cumpridas pelo Condomínio.

Com o setor condominial em acelerado crescimento por todo território nacional, existe uma grande rede de profissionais desta área, que se comunicam trocando informações e vivências diversas. É em São Paulo onde encontramos hoje o maior número de gestores que atuam nesta ramo, e onde também encontramos maiores opções de cursos de qualificação para quem deseja investir em ema carreira promissora.

Atualmente, não é preciso formação superior para atuar como gestor condominial, porém, quanto mais estudo relacionado, melhor qualificado e preparado, o gestor estará. “Através da qualificação, você vai conseguir prever soluções para os problemas que poderão surgir no dia a dia dos condomínios”, explica a especialista em gestão condominial.

A dica de Alethea para quem pretende iniciar na profissão é começar pelos cursos profissionalizantes. “Existem inúmeras fontes de qualificação para o gestor: cursos, palestras, leituras, webinars, treinamentos, lives, vídeos… o ProCED-FIA é uma delas. As vantagens de estar sempre atualizado são muitas, mas, principalmente, saber fazer a equação planejar, organizar, dirigir, controlar”, explica. “Essa engrenagem toda vai possibilitar entender se o seu trabalho (como gestor condominial) está dando certo”.

E o que seria essa equação, exatamente? Alethea explica que ela é a chave para o sucesso de uma boa gestão, e se resume em “desenvolver métodos em parceria com funcionários (próprios ou não), prestadores de serviços e ter assim uma boa equipe, para gerir de maneira eficiente, cumprindo as normas de cada condomínio. Essa engrenagem auxilia a obter os resultados satisfatórios relacionados à boa gerência de um condomínio”. 

O que faz e como atua um gestor condominial?

Tudo o que diz respeito à parte administrativa e financeira de um condomínio é de responsabilidade do gestor. Seus deveres e obrigações estão elencados na lei, precisamente no artigo 1.348 do Código Civil, e tais deveres implicam em uma responsabilidade civil, criminal, previdenciária, tributária, trabalhista e ambiental. É preciso ter o mínimo de conhecimento das legislações, pois serão utilizadas cotidianamente na atuação durante a gestão, principalmente para tomadas de decisões do Síndico/Gestor. Profissionais técnicos, como contadores, advogados etc. fazem parte do corpo de apoio do gestor.

Conhecer bem a Convenção Condominial e o Regimento Interno do condomínio é fundamental para exercer um trabalho comprometido, e a transparência nas informações administrativas e financeiras, é fundamental para um trabalho ético e confiante.

 Alethea Meira enfatiza ainda algumas atribuições previstas no Código Civil: representar o condomínio e defender os interesses comuns; cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; prestar contas anualmente; realizar o seguro da edificação.

Estudar cada competência é fundamental para saber como agir em cada situação, solucionando os problemas cotidianos. Manter a comunicação aberta com os condôminos, por meio de canais diversos como cartas, circulares, propagandas, quadro de avisos, e-mail, WhatsApp, entre outros, aproxima e possibilita uma relação eficiente e dinâmica.

Qualquer pessoa pode ser um gestor?

A princípio, basta qualificação e boa vontade para ingressar no setor de gestão condominial. Porém, Alethea Meira, que é também presidente da Comissão de Direito Condominial da OAB/SP – Carapicuíba, explica que existem características fundamentais que distinguem o bom e o mau gestor, são elas: inteligência emocional para lidar com crises e resolver conflitos; gostar de gente; boa comunicação/ cultivo de bom relacionamento com condôminos e funcionários; organização para gerir mais de um condomínio ao mesmo tempo; disciplina para o trabalho autônomo e independente e empatia.

Afinal, como ressalta a especialista, “se trata não apenas da administração de imóveis, mas também de pessoas, funcionários, famílias”.

Afinando a orquestra

Apesar dos desafios e responsabilidades que a ocupação exige, o mercado condominial cresce e, com ele, a procura por profissionais de excelência para a gestão de condomínios em todo o Brasil. Qualificação, intercâmbio de ideias, disponibilidade para aprender, empatia e inteligência emocional são fatores determinantes para quem busca ingressar na área, assim como espírito de empreendedorismo e desprendimento.

“Não tenha medo de errar, porque é com os erros que você vai aprender e aprimorar o seu trabalho”, aconselha Alethea. E emenda: “o gestor condominial é o maestro dessa grande orquestra que é o condomínio: sua equipe, funcionários, moradores, pessoas, todos são instrumentos e você precisa saber o ofício de cada um para poder orquestrar (de maneira adequada)”.

Um gestor bem preparado, qualificado, não tem motivos para preocupações, pois estará apto a abraçar os desafios e administrar os condomínios de forma inteligente, dinâmica e comprometida com o coletivo, sempre levando em consideração suas obrigações legais, em todas as esferas.

A ausência de capacitação profissional pode trazer prejuízos humanos e econômicos ao condomínio e, por isso, a importância de se manter sempre atualizado, executando o trabalho com eficiência e maestria.

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